26 de fev. de 2010

CONVITE


Lançamento do Livro
256fundos
de Washington José de Moraes


Dia: 20 de Março de 2010
Horário: após as 18h30min
Local: Biblioteca Municipal de Mococa

28 de jan. de 2010

Receita da Mãe Preta (bolo na barra da batina, antiquíssima receita mocoquense)

Dois ovos gorados, ½ metro de tripa de vaca tuberculosa, ½ colher (de sopa) de gosma de urubu e ½ kg de bernes de cachorro vira-lata.
Bate-se tudo em um valhacouto de sicários. Pódice, assim como é uso na culinária mocoquense, bater tudo em um valhacouto de asseclas energúmenos, quando não se tem à mão um valhacouto de sicários.
Leve-se depois, ao forno. Já cozido, acrescenta-se uma pitada de vezo de ucasses e ½ xícara de cabotino sacripanta coado em jornal tradicional.
Pódice, querendo, saborear esta douçura acompanhada de um biltre, de um acipitino ou de uma malta acintosamente disposta em camadas ignaras.

São Demósthenes Tijolim, o Protetor do Firinfinfim

Vou ensinar aos fieis como se preparar para a novena em louvor a São Demósthenes Tijolim, o protetor do Firinfinfim. Saibam que este santo é também chamado de São Demósthenes Rabicó, o protetor do Forrobodó.
Convém saber que, antes de iniciar a novena, é preciso fazer algumas simpatias invocando os favores de São Demósthenes Tijolim, o protetor do Firinfinfim, do contrario ele não atende.
Uma das simpatias consiste em pegar uma folha de agrião, cortá-la em 805.629.674.902 partes exatamente igual e colocá-las dentro de um latão de 200 litros com gasolina pela metade. Depois entra se dentro do latão, fecha-se a tampa, acende-se uma vela e, com um solavanco, vai-se com agrião, vela, gasolina, latão e tudo prá dentro do rio.
É bom saber que todas as simpatias para São Demósthenes Tijolim, o protetor do Firinfinfim, devem ser feitas sobre pontes. Se não fizer, ele não atende.
Mas antes de ir prá dentro d´água, deve-se fazer a seguinte oração:

Aiai São Demósthenes, São Demósthenes!
Vem cá, meu amoreco!
Vem cá, meu fofim!
Me atender o meu pedido,
Que eu te dou um beijim,
Um gemidim espremido,
Dois pinote e um pulim!

Só depois então é que se vai com tudo prá dentro d`água.
Esta simpatia é maravilhosa para curar caspas no sovaco esquerdo.
Uma outra simpatia é aquela que serve para abrir o coração do fiel e fazê-lo merecedor dos favores de São Demósthenes Tijolim, o protetor do Firinfinfim. Começa com a seguinte oração:

Aiai São Demósthenes Tijolim!
Aiai São Demósthenes Tijolim!
Me dá teus favores pra mim,
Que eu arreganho o meu coração!

Depois, então, grita-se; aiôôôôôô silver! Avante! Pacata! Pacata! Pacata! Em seguida ao grito, pula-se com as pernas abertas de cima da ponte e cai-se de cavalinho sobre uma pedra previamente escolhida lá embaixo.
Esta simpatia é um santo remédio para curar hemorróidas.

26 de jan. de 2010

Aquele beijim que Zulmira me deu (versão do Sílvio)

Letra e música de Washington Moraes.

Gravação: Sílvio. Música inscrita para o Festival de Carnaval de Mococa 2009.

Clique aqui, ou melhor, aqui para fazer o download.

15 de jan. de 2010

O Cabra, Getulio Cardoso e seu fiel camarada Washington...
Washington apontando para a Peroba Rosa que nasce na entrada de sua morada...

Reflexões Profundas...

“Nada mais sublime do que um lenço catarrento debaixo da goteira”, disse o célebre uropígio italiano Genaro Bambolini. E eu acho que ele tinha razão; porque, pelo que consta na nota fiscal, Bambolini, durante toda a sua vida, nunca tomou chá de pedra-de-fogo. Tanto é que nem cueca ele usava! Jamais se ouviu dizer que ele esfiapasse as meias ou que deixasse de morder o mocotó. O homem era uma sumidade! Bambolini era um “catapóf” no pé-da-oreia!
E o seu “Tratado sobre o Arroto de Cebola”? Fantástico! É uma obra que, para ser entendida, exige muito tino Amato, muito tijolo, muito chouriço, muita cuia de coco, muito girabrequim de furgão, muito lumbago. Não é qualquer sudoríparo que consegue regurgitar tão hipertrófico bócio. Segundo a teoria de Bambolini, foi Ophélia, a esposa do Magarefe, que destroncou o pescoço da porca caruncha. Haverá um simpósio em 31 de fevereiro...

...

Lá fora venta. Já faz noite alta.
Cá dentro em mim sinto haver uma falta
D´alguma coisa que ao certo não sei.
Talvez seja este ardente desejo
De ver tud´aquilo que não vejo
No intrincado enredo da Lei.

Os Cantos de Tua Boca

Como são lindos os cantos de tua boca, Maria Helena, quando estas tristes. São cantos sublimes. Em nenhum deles há ulceração, nota desafinada ou cuspe. Posso vê-los e ouvi-los. Creio que esta higiene e esta musicalidade provenham da tua pureza interior que tanto me encanta.
O que são os cantos de tua boca, Maria Helena? Serão simplesmente as comissuras externas bucais ou a agradabilidade do som de tua voz que emite quando falas?
Eu, por amar-te tanto, conheço palmo a palmo a topografia da tua boca. Por isso eu te peço: poupa o sorriso e preserva esta catadura que sempre desarmou as minhas investiduras. Cultiva a tristeza, Maria Helena, e jamais sorrias, para nunca deformares a beleza dos cantos de tua boca.

...

De tudo que eu concebo
Consigo entender o que é,
Mas não entendo o placebo
Da ignorância da fé.

11 de jan. de 2010


Neste Natal Meu Filho Vem Me Buscar. (Jornal da Cidade, sem data)

Homem dos Anjos era o nome dele. Nome que casava direitinho com a sua bondade de coração. Já velho, cabelos grisalhos, só tinha contra si a indignação do povo ante a sua insistente busca do filho que nunca tinha visto. A busca do filho o atormentava que já estava ficando até alucinado.
Mas ninguém sabia o porquê dessa busca tão ansiosa. A solidão da velhice era tanta, que só o filho, o único, poderia lhe dar consolo e conforto. Ainda mais que se aproximava o Natal. Passar um Natal de uma velhice sozinha é dor que filho nenhum deveria causar...
E ele chegou até a botar avisos nas estações de rádio e televisão, perguntando pelo paradeiro de seu filho. Foi a policia, aos jornais, a todos os lugares que poderiam de algum modo lhe ajudar na busca do filho que nunca tinha visto.
Um dia foi a policia, e o delegado lhe perguntou:
- Qual é o nome dele?
- Nazareno dos Anjos! – respondeu.
- O nome da mãe? – perguntou o delegado.
- Maria Imaculada dos Anjos – respondeu.
- O Nome do pai?
- Homem dos Anjos!
- Vamos ver o que podemos fazer para ajudar o senhor! – disse o delegado.
Mas foi em vão. Ele não conseguia encontrar o filho amado que lhe daria conforto.
Quando estava no auge do desespero, eis que surge uma esperança: um telefonema do filho!
- Papai? Aqui é o Nazareno! Vou lhe buscar neste Natal, papai!
- Nazareno! Nazareno!
Homem quis continuar falando, mas seu filho desligou. Mesmo assim seu contentamento era tanto, que não saiam da cabeça aquelas palavras confortantes: Vou lhe buscar neste Natal, papai!
Foi chegando o Natal. O filho, contudo não aparecia. Homem começou a ficar entristecido. Já não mais media seus atos, dando peitadas pelos postes, gritando e caindo pelas ruas. Foi então que houveram por bem entorná-lo no sanatório. Vieram os terríveis homens de branco e o levaram delirante.
Lá no sanatório, uma enfermeira sentiu muita pena daquele ser e perguntou ao médico:
- Por que o filho deste homem não vem lhe ver?
- Sou clinico geral e psiquiatra, minha filha – disse o médico – este paciente não é casado, não tem filhos e é estéril. Sei disto porque ele foi meu paciente por muitos anos atrás.
- Mas, e o filho que ele tanto procura? – indagou a enfermeira.
- Alucinação! – respondeu o médico.
E os enfermeiros, aos chutes e murros, foram levando Homem para a cela. Amarraram-no ensangüentado numa cama pequena e dura de uma cela fétida e o deixaram só.
Aproximava-se a meia-noite, e o coro da capela vizinha entoava “Noite Feliz”. Homem, então, chorou amargamente o abandono... Era noite de Natal e seu filho não aparecia... Lamentou: Meu filho... Por que você não veio?!... Por que você me deixa assim abandonado!...
Neste instante, enquanto o coro da capela entoava “Noite Feliz”, um áureo facho de luz penetrou por entre as grades da janela da cela imunda. Então homem viu um rosto jovem e sereno que lhe disse:
- Papai, vim lhe buscar, assim como prometi...
- Quem é você? – indagou espantado Homem.
- Eu sou Nazareno, o Filho de Maria Imaculada, o Filho do Homem... – respondeu-lhe o jovem.
- Meu filho, você está todo ensangüentado! Será que os enfermeiros bateram também em você? – perguntou Homem entristecido.
- Sim... – respondeu.
- Mas não importa. Venha comigo. Eu prometi que viria buscar-lhe no Natal. E eu vim. Venha, papai...
Home, então, não contendo a alegria do seu coração, balbuciou um “meu filho...” terno e carinhoso e, com uma lágrima em cada lado do rosto, expirou sorridente...

5 de jan. de 2010

VALÉRIA.

Valéria... Valéria...
É doença séria,
Mas sem bactéria!
Valéria...

Valéria... Valéria...
Se eu fosse mais moço
E não este trôço,
Valéria...

Na rua, quando te vejo,
Até despejo
A bexiga inteira!
Eu fico feito um palhaço,
Que até faço
Qualquer bobeira!
As pernas vão bambeando
E ai vai me dando
Uma tremedeira!
A vista me fica fraca
E então me ataca
Uma caganeira!

TRABALHO DE SÍSIFO, de 1986.

É minha a queixa do sisífio obreiro:
“– És justo onde, labor que me esmagas?
És justo onde, exator das fragas
Dos penhascos do mundo inteiro?”

“– Por que lamentas?” murmureja amena
Voz de um timbre tão inusitado,
Que se distante o meu plexo cansado
Do delator que de contínuo condena.

“Se já te cansa de tão duras lides,
Por que não te lembras do teu primo amor?
Por mais ingente o esforço que tu envides,

“A vida é sempre, sempre vão labor.
Mas disto é bom que nunca tu te olvides:
Eu sou o bálsamo que mitiga a dor...”

Como Comer Uma Franguinha Nova.


As mais saborosa são as caipiras. Escolha uma entre elas e jogue-lhe algumas quirelas, que ela vem. É melhor comê-la sem pena, pois a pena tira o sabor da carne. Para experimentar a meciez, apalpe o peito e as coxas. Banhe-lhe, em seguida, o corpo todo com champanhe. Depois passe o dedo a lamba. Se estiver bom, então pode comer.
Recomenda-se evitar certas misturas que podem trazer indigestão posterior. Deve-se, por exemplo, evitar o pepino-juiz-de-direito, a mandioca-promotor-público e o nabo-delegado-de-polícia. Estas três hortaliças, além da indigestão posterior, podem trazer também muitos problemas de hemorróidas.
Recomenda-se entre as carnes de peixe, evitar a piaba-amor-de-pai e a majuba-ciúme-de-irmão, as quais podem encher o corpo de chumbo. E como se sabe, o chumbo mata.
Deve-se, dentre as ervas, evitar a erva dor-de-consciencia. É uma erva que, se misturada ao sabor da franguinha nova, traz um sintoma digno de menção nos tratados de homeopatia. A sintomática se resume mais ou menos nisto: remorso, choro e vontade de morrer; impotência sexual acompanhada de mania religiosa; pena exagerada da figura da mãe e exacerbação dos cacoetes.
Eu, a esta altura, como bom gourmet, recomendo o seguinte: acho que não é bom comer nenhuma franguinha nova!

MIKADÔ (O Sagrado Portão).

Quero, antes de tudo, ressaltar que o relato seguinte foi elaborado com o tempo. Passaram-se anos até que se me mostrasse o completo entendimento das visões. Se houver falhas, perdoem-me os entendidos, pois sou neófito. Julgo, depois de muito considerar, que a disposição em que passo a narrar seja a mais plausível.
Estávamos, eu, meus irmãos e minhas irmãs carismáticos, orando em línguas, quando vi uma Luz neon ao fundo. Eu procurava tapar os olhos, pois pensava que se tratasse da Luz da Igreja. Não era. Quando eu estava olhando, uma labareda de fogo vermelho invadiu o meu olho esquerdo. Lambeu tudo.
Então eu fiquei olhando visão. Ao pé da visão uma sombra. Quando vê, da sombra surgiu KANNUKI (a Tranca do Portão) em tamanho gigante, toda tostada.
Eu estava distante, então o Espírito me aproximou de KANNUKI para que eu visse melhor. Bem próximo, notei em KANNUKI gigante umas cinzas brancas, assim como se vê em madeira queimada. Deduzi: “É madeira (matéria) queimada! A labareda que entrou pelo meu olho esquerdo fulminou KANNUKI (a Tranca do Portão). O portão está aberto...”
Eu fiquei olhando a visão. Então, de cima desceu KANNUKI pequena em letra de imprensa. Assim: 1. Quando KANNUKI pequena desceu ante a minha visão, veio-me à memória o que sempre havia indagado desde a minha meninice, acerca de sua forma por detrás. Então perguntei em pensamento: “Como será KANNUKI (a Tranca do Portão) por detrás?”. Quando pensei assim, uma lâmina invisível afiadíssima passou a cortar partes de KANNUKI pela rabeira. Assim: 2.
As partes traseiras cortadas de KANNUKI subiam como brancos bifes de lombo de porco triangulares. Havia uma linha negra acima. Quando os bifes de lombo de porco triangulares de KANNUKI passavam de lá, transformavam-se em triângulos negros de madeira queimada. Foram três os bifes cortados. Quando o último bife transpassou a linha negra e se transformou em triangulo negro de madeira queimada, todos os três se puseram em disposição harmônica e passaram a girar na seguinte direção: 3.
Então eu fiquei olhando a visão. Apareceu um céu negro, negríssimo, tão luzidio que até parecia que água escoria por ele. Em seguida o céu negro começou a rachar. As rachaduras só se davam, horizontalmente e verticalmente. Todo o céu negro começou a ser destroçado. Foi quando eu notei por detrás do pedaço de céu negro aquela Luz neon que eu havia visto no principio da visão.
Como se não bastasse o exemplo acima, perguntei em pensamento pela segunda vez: “Como será KANNUKI (a Tranca do Portão) por detrás?”. Ao perguntar assim, o Espírito me aproximou de KANNUKI pequena, a qual fez o seguinte movimento: (aqui acaba, não há continuaçao).






29 de dez. de 2009

Faixa B01 - "Pão para quem tem fome", de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



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Faixa B02 - "Aquele beijim que Zulmira me deu", de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



"Aquele beijim que Zulmira me deu", de Washington Moraes, foi eleita a melhor canção do Festival de Música de Inverno da Clínica de Repouso de Itapira (SP).

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Faixa B03 - "No pau da goiaba", de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



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Faixa B04 - "Lingolingolin" (?), valsinha de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



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Faixa B05 - "Hidden Secret", de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



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Faixa B06 - "E ela, toda prosa" (nome não oficial), de Washington Moraes (cantada por ele mesmo, em 01/10/2005)



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Faixa B07 - Washington lê seu poema "Por amar Maria Helena" (01/10/2005)



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Faixa B08 - Washington lê o poema "Cantiga para não morrer", de Ferreira Gullar (01/10/2005)



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Faixa B09 - Washington lê o poema "Dolores", de Getulio Cardozo (01/10/2005)



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Cartão de visita impresso e distribuído em Mococa, chamando para este blog

NA NOITE DOS AVATARES

É noite de lua cheia
E a dor, contente, semeia
A semente dos pesares.
Fervem metais nos cadinhos,
Há pavor nos escaninhos
Na noite dos avatares.

O fogo esparze centelhas
Que, rubras, candentes, vermelhas,
Queimam mil dragões lunares.
Já não existe premissa
Que justifique a injustiça
Na noite dos avatares.

Faz bem tempo que a soma
Que dá o total do coma
Já está suspensa nos ares.
Em meio a atropelo e susto,
Vem ver a alegria do justo
Na noite dos avatares.

E o homem que a terra habita
Exclama com voz mui contrita:
“Abriu-se a comporta dos mares!”
Ruge o trovão da procela
Que o abominável esfacela
Na noite dos avatares.

Tudo acontece de chofre:
É fogo, é fumaça, é enxofre,
Explosões elementares.
Vai-se da forma a beleza,
Na Terra só fica tristeza
Na noite dos avatares.

No mundo viveu morrendo,
Seguiu triste, despiciendo,
Rejeitado em mil lugares.
Se em vida não viu conforto,
Que o poupe Deus do aborto
Na noite dos avatares...

28 de dez. de 2009

Faixa 01 - Nos tempos de Zé Coimbra (gravação de 11/07/2006)



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1. W. pede desculpa para alguém que bate à porta (acho) e fala sobre o artista plástico mocoquense Zé Coimbra ("foi como um pai pra mim"). Getúlio fala sobre Coimbra: o expressionista, o primitivista (hoje de reconhecimento internacional), o servente de grupo escolar e semi-analfabeto Coimbra.

2. W. fala sobre o início do estudo de kanji, aos 13 anos, e da primeira professora, Shizuku Otsubo.

3. W. fala sobre o encontro com uma senhora nissei catedrática, conversando em japonês num sítio perto do Rio Canoas. Para saber o kanji é preciso ter uma iluminação. Fala sobre os estudos de outras línguas: árabe (estudou com o Aziz, que morreu há pouco tempo), russo, alemão, inglês...

4. W. fala sobre o professor de russo e de outras línguas, um frei franciscano comunista, preso durante a revolução, quer dizer, o golpe militar de 1964.

5. Getúlio pergunta se o frei influenciou a parte religiosa de W., que diz que não. W. diz que sua formação foi esotérica (acho que o Círculo Esotérico era um grupo que se reunia em Mococa), com influência do Zé Coimbra. W. fala de sua fase comunista.

6. No Círculo Esotérico, fez amizades e conheceu grandes obras literárias, políticas e esotéricas, por influência do circulista Almeida Magalhães (dele ou dos livros que ele doou à Biblioteca?). Na Biblioteca (onde hoje é o INSS), Zé Coimbra diz que é do Círculo Esotérico.

7. Zé Coimbra tinha contatos com Jorge Amado, L.C. Prestes, Capitão Bezerra (que foi hospedado na casa do Anísio?, sem o Anísio? saber disso, pelo que entendi).

8. Getúlio fala que quem buscou o Prestes em Ribeirão pra dar a palestra no Teatro Municipal de Mococa foi o Zé Coimbra (há dúvidas se foi, ou e foi o Silas), e que o Zé admirava tanto o Prestes que, no caminho, enquanto o Prestes dormia, o Zé olhava para ele e dizia: "Olha que gracinha!"...

9. W. diz que quando o Prestes fazia aniversário, o Zé Coimbra e os comunistas soltavam foguete. A polícia ficava de tocaia pra saber de onde vinham os fogos. W. explica como despistavam a polícia (colocavam bombinha perto da delegacia, e soltavam o foguete lá longe).

10. A data do aniversário do Prestes era a mesma da do Padre Donizete (um padre "milagreiro" da cidade vizinha de Tambaú-SP). Se a polícia pegasse os comunistas, os comunistas gritavam: "Viva o Padre Donizete!".

11. W. fala do discurso de Jorge Amado aos comunistas, no meio do mato, escondidos da polícia (estavam em 11; o Zé Coimbra era um deles), quando foram cercados pela polícia, em Ribeirão Pires.

Faixa 02 - O método washingtoniano de interpretação dos kanjis (gravação de 11/07/2006)



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1. O kanji de "sangue" é o de "prato", representando uma "oferta a Deus". W. fala de um kanji que tem esse sinal com o acréscimo de um sinal de negativo por cima; seria um sinal de "redenção", que tem a mesma pronúncia de "terra" ("txi"), apesar de a pronúncia ser diferente.

2. Discussão filosófica: interlocutor (quem é?) diz que Deus está fora do tempo, por isso não existe. Cristo teria vindo à Terra para que Deus existia no tempo? W. responde, com a citação: "estarei convosco até a consumação dos séculos", até na hora em que chegar a um ponto perfeito em que deixa de existir o tempo. O tempo é relativo, isso é mesmo (argumento do "namoro" versus "espera na sala de um juiz"). O tempo é o pensamento da gente.

3. O ideograma chinês influenciou a literatura ocidental em tudo. Exemplos: "A interpretação dos sonhos" de Freud (maior obra do Freud, baseada nos ideogramas chineses).

4. W. hesita se deve ou não contar o sonho de sua sobrinha. Conta: o pai de uma amiga era namorado dela (da sobrinha) no sonho; aí, vinha um pretinho que encostava o nariz numa leiteira fervendo, e queimava o nariz. Análise do W.: sua mãe se separou de seu pai desde quando ela era pequeninha; o pai da outra (da colega) foi preencher o papel do pai. E o pretinho? O leite (quente) é alimentação, criação, crescimento. Para escrever "preto" em japonês, tem que escrever "arroz" e acrescentar "barro"; arroz + barro = aldeia. Aldeia é a "família", "lar", que a sobrinha tinha perdido. "Nariz" se escreve com os símbolos de "si próprio, "copo de arroz" (=pensamento) e acrescenta "mãos postas" em baixo (como se fosse a oração). O nariz representa o autoconhecimento.

5. O Freud sabia que o ideograma é a linguagem do inconsciente, a linguagem do sonho.

6. W. lembra de outro caso: tinha uma ideia fixa com uma ponte caindo. Água barrenta, tristeza, não consegue atravessar. Foi ver o ideograma de "ponte" = ideograma de "árvore" + "alto, orgulhoso" (mania de grandeza, calamidade, morte prematura). Aí, coloca uma boca embaixo, que dá "beber" (a água virtual), "conhecer", "ciência". Conclusão: a ideia fixa na ponte era a fase do W. de ter mania de grandeza. Tem que botar freio na mania de grandeza. NO ideograma você acha as coisas.